Olhe aqui!
Eu te odeio por permitires
Me tratar assim
Como se não me conhecesse
Passou a olhar e não me ver
Preste atenção!
Fico na fila do tronco
Não temo nem o chicote
Mas não admito
Que me insulte dessa maneira!
Mais pareço carne picadinha na tábua
Esperando pela panela
Sem ervas, sem tempero, sem alma
Onde estão agora?
O viço da pele que ardia em suas mãos
A escuridão tremia em seus braços
A vida se detinha
A sala se enchia quando estavamos sós
Não tinha anjo da guarda
Não tinha pai de santo, papa
Nem santo nenhum
Que me empedisse de ser sua
Eu era linda então
Linda e brava
Retire esse olhar daqui
Já disse que com ele não falo
Não sou nada disso que ele vê
Sou sim o peito arfante
Em que descansavas o sonho
Depois de tanto amar
Sou sim braços e pernas
Entrelaçados em um só
Que fomos
Mas fique aí! Já volto!
Prometo não vou demorar
Preciso falar com uma pessoa
Entro sem as pernas
Converso com Deus: Me ajude!
Preciso encontrar em mim
Aquela que foi minha amiga
Sem alarde, sem choro
Sem encontar ninguém volto a porta
O único que estava lá
Já cansado mas ainda firme
Foi esse olhar já velho conhecido
A estranha era eu ali
Que estranho...
Nem eu a conhecia
Devo confessar que sou o contrário, meus passos seguem em contrário.
Sou uma pessoa inquieta, vou onde meu vento me leva. Artista Plástica e escritora, as vezes sem saber se pintoraqueescreve ou escritoraquepinta...
Procuro por algo, mas a intenção n...