Manhãs que nascem das mãos da parteira
Mestres que ensinam a tarde anoitecer
Gênios que aquecem as noites frias e longas
Vento forte que faz o dia acabar mais cedo
Pernas que levam o corpo para o fim da estrada
Braços fortes que cavam o chão e criam o alimento
Coração bravo que acalma o homem nervoso
Mente livre que não se esquece do passado negro
Aliança brilhante de ouro, de prata, ou de lata
Alegria que arranca do fundo da alma mais triste
Sorriso forte de bravo, feliz e perto horizonte
Seres da harmonia plena, forte e incansável
Filhos abraçados, casais que se beijam no fim da tarde
Quando os homens da noite se rumam ao trabalho
Heróis da história que o mestre não nos ensinou
Memórias cansadas e esquecidas no canto da escola
Crianças, somente crianças e é tudo que basta
Carentes, abandonadas, maltratadas e mutiladas
Irão sarar e o caminho da paz no futuro encontrar
Crianças que irão construir o mundo justo do amanhã
Corpo de pedra, da mais antiga pedra, que o tempo criou
Atravessada na estrada e no coração do velho ancião
Coração de pedra, história de qualquer um de nós
Livro sagrado que guarda a verdade esquecida na memória
Parteira da história, mestres dos gênios e normais
Todos seguindo um só caminho, buscando a paz
Somando a força e fortalecendo os elos e a corrente
Forrando o chão onde irão passear as crianças felizes
José Veríssimo