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Cúmplices

 
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Cúmplices
 
A noite vem às vezes tão perdida
E quase nada parece bater certo,
Há qualquer coisa em nós,inquieta e ferida,
E tudo que era fundo fica perto.

Nem sempre o chão da alma é seguro,
Nem sempre o tempo cura qualquer dor,
E o sabor a fim do mar que vem do escuro
é tantas vezes o que resta do calor.

Se fosse a tua pele,
Se tu fosses o meu caminho,
Se nenhum de nós se sentisse nunca sozinho...

Trocamos as palavras mais escondidas
E só a noite arranca sem doer.
Seremos cúmplices o resto da vida
ou talvez só até amanhecer.

Fica tão fácil entregar a alma
A quem nos traga um sopro do deserto,
Olhar onde a distância nunca acalma,
esperando o que vier de peito aberto.

Se fosse a tua pele,
Se tu fosses o meu caminho,
Se nenhum de nós se sentisse...nunca sozinho...


A Poesia nao é de quem a escreve, mas sim de quem a usa" - Pablo Neruda

 
Autor
Zorlack
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Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 14/02/2009 11:10  Atualizado: 14/02/2009 11:10
Membro de honra
Usuário desde: 14/05/2008
Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: Cúmplices
Vai perdoar-me a ousadia mas mesmo assim vou dar uma opinião desinibida e sincera.
Adorei este poema.
Estranhamente é como se conhecesse quem está por detrás deste perfil.
A sensibilidade (atreveria-me a acrescentar feminina) é-me de tal forma familiar, que... a sensação só pode ser agradável.
Não existe escrita feminina e masculina. Ou será que existe?
Seja qual for a verdade pretendo salientar tal factor NUNCA EM SENTIDO DEPRECIATIVO, mas pelo contrário... para que saiba que há poesia com que eu me identifico mais.
Parabéns e aqui fica a promessa de que irei acompanhá-lo nesta caminhada pelo mundo encantado da poesia, neste site.
Vóny Ferreira


Enviado por Tópico
adelaidemonteiro
Publicado: 16/02/2009 11:07  Atualizado: 16/02/2009 11:07
Colaborador
Usuário desde: 01/01/2009
Localidade: miranda do douro/Sintra
Mensagens: 733
 Re: Cúmplices
Nem sempre o tempo cura qualquer dor...
É verdade que não, embora se diga que sim; às vezes dá jeito dizê-lo, para que nos convençamos que sim.
Extraordinário poema, Filipe.
Beijo