A CASINHA AMARELA
Junto de um bosque, a casinha amarela,
que está ao lado de um preguiçoso regato,
ao ve-la de longe, parece plantada no mato,
por causa da cor verde,de sua janela.
Guandando lembranças de mim e dela,
mas e algo que não mexe com minha cuca,
uma recordação que já não machuca,
uma saudade fraca, que já se desfarela.
Uma passagem que não deixou sequela,
uma passagem, que quase nada marcou,
e o retrato de uma vida que já passou,
de nossos dias, só um quadro, uma aquarela.
De tudo, nada em meu coração mais rela,
levamos outra vida, outra realidade,
mas continuamos sendo amigos de verdade,
desde que pedi a Deus, nosso amor, cancela.
Ainda quero ver pescando, lá na pinguela,
quero ficar daqui, nossa filhinha olhando,
a futura dona dessa casa me chamando
como um dia, me chamava a mãe dela.
Enquanto essa moldura a natureza pincela,
fico admirando a casinha junto a capoeira,
será o presente de nossa única herdeira,
a nossa filhinha, linda Maria Estela.
GIL DE OLIVE