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Mendicância

 

#009900
Na minha via crucis diária
Perambulando com incertezas
Me pego sendo notado
Por olhares reprovadores
Daqueles que desconhecem
O cortante frio da noite
Que chega a doer os ossos.

Minha cama, é o piso da marquise
O cobertor, por vezes , imundos jornais
No estômago, apenas a vontade
De um alimento qualquer
É tanta a minha fome...
Que não consigo dormir,
Quando não mais suporto
A fadiga da inapetência
Não resisto noite a dentro
Com aquela fome danada
Só me resta como consolo
Uma cachaça que me embriague
Para que eu adormeça,
E ao nascer de um novo dia
Ressacado, e sem alento
possa então partir,
para um novo intento.

Sou o produto de mim mesmo,
Entreguei-me à mendicância
Não sei se a culpa é minha
Ou da indiferença
dos olhos do mundo
E se não tive forças
para ir a luta
Triste fim!!
Na sarjeta vou perecer!

Diná Fernandes


meu novo e-mali: dina.oliveirasouzza@gmail.com

PS: dinaf.osouzza@gmail.com, foi desativado.

 
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amopoesias
 
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Enviado por Tópico
GlóriaSalles
Publicado: 14/02/2009 21:24  Atualizado: 14/02/2009 21:24
Colaborador
Usuário desde: 28/07/2008
Localidade: Flórida Pta-SP
Mensagens: 2514
 Re: Mendicância
"Sou o produto de mim mesmo,"
Poema encorpado, cheio de verdade,
que nos convida a uma profunda reflexão, Diná.
Gostei muito.
Beijos
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