Vão-se me nas folhas toda uma solidão...
E do livro que um dia eu fui rascunho,
Em frases mortas tremeram as mãos...
E vacilaram os saudosos punhos...
Ó Inspiração! Às páginas nuas vem deitar!
Vem! E rabisca a cabeceira do meu leito!
Que das frágeis linhas desse teu rabiscar,
Pululem assim os versos mais perfeitos!
Vão-se me as folhas no amarelar dos anos!
E riscadas às penas da sombria tristeza,
Embriagam-se nos desvarios Byronianos!
E morto! E vivo nesta estante enclausurado!
Sou um velho livro de incertezas,
Nunca lido! E tanto! E mais! Abandonado...
(® tanatus – 09/02/2008)