ÁGUA BARRENTA
Lavadeira menina, na beira do rio...
Trouxa e sabão parecem tua sina
Logo pela manhã te aqueces do frio
Das rotinas esfregadas, lavadeira menina;
De sorte que o sertão de Pernambuco
Mais judia o sol que fascina
Volta os trapos quase enxuto
No balaio na cabeça da menina;
São dez irmãos e muita peça feminina
Na trilha que desconfia teus pés
A caminho do rio, lavadeira menina;
E voltas do trabalho árduo, como aguenta!
São muitas as tuas lavadas
Por causa desta água barrenta.
(soneto)
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Dezembro de 2008 no dia 23
Village Itaquá
Marcelo Henrique Zacarelli
De sorte que o sertão de Pernambuco
Mais judia o sol que fascina...