És inteligente, há pois és.
Haverá inteligência a mais?
Quantos são?
Aqueles que têm capacidades.
Pertencentes a uma sociedade,
onde a inteligência de nada vale?
Vamos estudar,
as estatísticas temos que igualar.
Será verdade?
Os números a apresentar?
Falam de analfabetismo,
falam de desemprego.
Será realidade?
O povo não querer trabalhar?
Somos "calões",
somos "burros".
Verdade seja dita na estatística,
o contador deve "tar perro"
Porque na realidade...
O povo estuda,
e o povo trabalha.
Mas...
Como pode ser?
Não há trabalho,
as empresas estão a fechar,
e os patrões cada vez mais podem roubar.
Não há estudos,
esses são caros.
Há a comida para garantir,
há prioridades para definir.
Mas e as estatísticas?
Serão apenas números para enganar?
Há muitos que querem estudar,
há muitos que querem trabalhar.
O trabalho pode existir,
mas se se tem contas a pagar.
Não se pode trabalhar,
sem a remuneração existir.
E poderemos estudar?
Há a bolsa de estudos.
Pois...
Concorre-se,
espera-se e desespera-se.
Luta-se para garantir os pagamentos,
a meio do ano lectivo,
a recusa a quem não tem nada aparece,
recorre-se.
E quem sabe,
não se ganhe nada lá pro ano seguinte.
Os estudos tem que ficar a meio,
porque não há meio,
de se poder prosseguir.
Mas a estatística está a baixar.
No centro de emprego,
inscreve-se.
Numa inscrição que,
passado pouco tempo desaparece.
Mas centro de emprego é bom.
É um local onde se perde tempo,
a dar conta de uma vida de desespero,
a quem não interessa.
Com um pouco de sorte seremos rebaixados,
a quem tens certos ordenados,
e um emprego garantido.
Temos por lá,
pessoas bem formadas.
Que não fazem nada,
quando uma ajuda lhes é requerido.
E agora pergunto:
Como será possível?
é uma espécie de cega rega.
Se não há trabalho pago,
não se pode pagar os estudos.
Se não se pagar os estudos,
não se pode estudar.
As bolsas não são pagas ou,
são pagas com um ano de atraso.
Os estudos são parados,
não se tem futuro.
O centro de emprego não faz nada,
o país está desempregado.
Mas, incrível,
as estatísticas continuam a baixar.
Onde é que vamos parar?
Há já sei,
podemos sempre continuar a importar.
Além disso,
haverá sempre alguém,
de outro país,
que a miséria goste de documentar.
Assim um dia,
aparecemos na televisão internacional,
onde se fale de Portugal,
como um país de miséria.