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A Dor de Ser um Poeta

 

Poeta herói das palavras,
Teu anseio é ir além dos versos,
E não deixar o sonho ser real
Apenas na poesia.
Teu sonho é trazer a beleza do verso
Para o mundo conhecer,
Pena que o verso do mundo,
É por vezes imundo e só material.
Que pena poeta, que pena
Que tua sina seja viver no mundo irreal,
Donde tudo é belo,
O amor singelo, constante, eterno,
Feito de lágrimas o amor mais belo,
Da musa dos lábios de mel
Que não detiveste em teus braços.
Que pena poeta, que pena
Que não verás o sorriso das crianças,
Tão cintilante como o pôr - do- sol,
Se ele é encoberto pelo véu obscuro,
Que polui a mente e o coração dos adultos.
Que pena poeta, que pena
Que não verás o fim da fome,
Que toma do homem a coragem,
O ímpeto, a vontade de ver o sol nascer,
Para poder sonhar.
Que pena poeta, que pena
Que não verás o Brasil,
A mil não apenas para fazer gols,
Mas um Brasil mais humano, digno
E soberano.
Que pena poeta, que pena
Que não verás o fim das guerras,
O fim das batalhas sem sentido,
De vidas esfaceladas
E corpos em decomposição,
Feridos sem hospitais,
Sobreviventes sem abrigo,
Crianças com armas nas mãos.
É poeta, é triste viver neste mundo,
Se o próprio ar que respiras
Já é contaminado,
Pela destruição, desamor, covardia,
Se homem prolifera,
E espalha sua miséria por todo lado.


Rodrigo Cézar Limeira

 
Autor
Rodrigo Cézar Limeir
 
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