O vidro baço deixa transparecer o horizonte.
Procuro-me dentro dos pensamentos,
mas não consigo me encontrar... acho-te.
As ruas cobertas de neve fazem-me tremer
e tremo num riso estúpido que me estremece mais
do que o frio que me abraça por momentos.
Não há modo de saciar a fome dessa fonte,
desses desejos um tanto mais que sedentos
que avidamente me consomem... encontro-te.
Flocos de neve desajeitados fazem-me esquecer
que a vida são lições, são complexos sinais.
Tenho que aprender, não se vive de lamentos.
Talvez as geladas palavras se tenham esgotado
à medida que a brancura cai fria e se desfaz.
Por agora, tenho o coração exaustou e cansado.
Mas sinto a minha alma aquietada em paz.
Hoje acho-te... encontro-te...
resisto calmamente por entre a dor desta arte.
Hoje amo-te... e mato-te...
porque dói findar dentro do gelo que te parte.