Paulo Monteiro
Quando te escuto ou vejo me parece
conhecer-te, querida, há tanto tempo
que até nos vejo lentos, de mãos dadas,
passeando entre vergéis no Antigo Egito.
Depois eu te contemplo inda mais bela
colhendo as uvas mansas de Salém
e me imagino o próprio Salomão
para ofertar-te um reino em minha lira!
Mas como não sou rei, nem sou poeta,
se não posso ofertar-te o que mereces
deixa ao menos que eu viva o meu exílio.
Deixa fugir de ti, curvado ao peso
deste amor que me torna inda menor,
com medo de perder-me nos teus braços.
poeta brasileiro da geração do mimeógrafo pertence a diversas entidades culturais do brasil e do exterior estudioso de história é autor de centenas de artigos e ensaios sobre temas culturais literários e históricos