paulo monteiro
quando ela foi asseverou que nunca
mais voltaria e não voltou jamais
até no dia em que mudou a vida
que após dia foi dia e nada mais
quando ela foi a vida se me trunca
ficando a noite presa nos meus ais
e entre meus dedos sua cabeça erguida
disse-me adeus calou-se e nada mais
quando voltou nem disse que voltava
como um tornado arrebatou-me ao léu
veio de volta porém não voltava
porque levou-me seu comparsa e réu
porque me fez um átila só dela
para matá-la e incendiar o céu
poeta brasileiro da geração do mimeógrafo pertence a diversas entidades culturais do brasil e do exterior estudioso de história é autor de centenas de artigos e ensaios sobre temas culturais literários e históricos