Poemas :
4.º de um ciclo Bocageano
Sonho, minha Gertrúria, somente
Um sonho, talvez pouco mais preciso,
Embora essa verdade minta, aviso
Que sou poeta e todo o vate mente.
Mas mentindo, Gertrúria, o que sente
O aedo, também o homem sente e o riso
É máscara que se abre de improviso
Quando a verdade aflora de repente.
Sonho porque se cala em mim a vida
Como se fosse a morte o que desejo,
Mas algo há que sara esta ferida,
E tudo porque um dia imaginei
Ver-te por entre as ninfas desse Tejo
Para onde só sonhando regressei.
Xavier Zarco
www.xavierzarco.no.sapo.pt
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