Poemas : 

4.º de um ciclo Bocageano

 
Sonho, minha Gertrúria, somente
Um sonho, talvez pouco mais preciso,
Embora essa verdade minta, aviso
Que sou poeta e todo o vate mente.

Mas mentindo, Gertrúria, o que sente
O aedo, também o homem sente e o riso
É máscara que se abre de improviso
Quando a verdade aflora de repente.

Sonho porque se cala em mim a vida
Como se fosse a morte o que desejo,
Mas algo há que sara esta ferida,

E tudo porque um dia imaginei
Ver-te por entre as ninfas desse Tejo
Para onde só sonhando regressei.

Xavier Zarco
www.xavierzarco.no.sapo.pt
www.xavierzarco.blogspot.com

 
Autor
Xavier_Zarco
 
Texto
Data
Leituras
726
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.