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O CASO FREDERICO

 
O CASO FREDERICO


Fred, como era chamado pelos amigos, era uma pessoa comum, trabalhava numa empresa de exportação de frutas, casado, pai de dois filhos e tinha uma vida pacata, tipo do trabalho pra casa.

De uns dois anos pra cá, Frederico começou mostrar mudanças no seu comportamento, apesar de seus cinquenta e oito anos, passou usar roupas que os jovens gostavam de usar, fez uma tatuagem nas costas e outra no seu braço esquerdo.

Os amigos notaram que Fred, perdia a cada dia o interesse pelo trabalho e por lá, ficaram sabendo que ele estava frequentando casas de shows de strip. A família estranhava aquela mudança brusca, pois, Frederico jamais chegava tarde em casa.

Por outro lado, Frederico passou ter momentos depressivos, chorava sem motivos aparentes, se trancava para o mundo, ficando alheio a tudo e a todos. Nas suas angústias depressivas, imaginava-se em orgias, com meninas muito jovens, que sempre terminavam com ele ou algumas das garotas mortas.

Por algumas vezes, pressentindo algo de ruim procurou o seu psiquiatra. Contou para ele de como era e das coisas que por agora, ficava imaginando em sua cabeça, relatou também algumas vontades estranhas. O médico observando se tratar de uma psicopatia grave pediu que o paciente procurasse um amigo, especialista naquilo que ele estava sentindo.

Mas, Fred não o fez, preferiu largar tudo, fugir para um lugar distante, onde ninguém o conhecesse, naquele instante já não havia nele, qualquer sentimento de amizade ou por sua família, assim, comprou uma passagem para a Argentina e sem demonstrar para ninguém o que estava pretendendo fazer, saiu de casa para nunca mais voltar.

Na Argentina, Fred aluga um pequeno apartamento, providencia um número de caixa postal, coloca anuncio na sessão dos classificados de um jornal local ( HOMEM MADURO TOTALMENTE LOUCO, PROCURA MULHERES JOVENS, TÃO LOUCAS QUANTO).

Quatro dias depois começaram a chegar na sua caixa postal, cartas de mulheres de várias cidades da Argentina interessadas em conhecê-lo. Fred leu todas as cartas, em algumas dava gargalhada, em outras se excitava, mas, nenhuma delas chamou mais sua atenção do que a carta de uma jovem de 17 anos.

Na carta a jovem diz estar entediada, enfurecida, sufocada por sua família e que queria experimentar emoções loucas de todos os tipos, emoções que fossem do sexo ao suicídio, tudo escrito em círculos e bem no centro uma gota de sangue, selava toda a loucura da jovem.

No dia seguinte Frederico escreve para a moça, avisando que dentre umas trinta cartas que havia recebido a dela fora à escolhida e que tinha se excitado muito com aquela gota de sangue no papel, marcaram então um encontro. A moça parecia mesmo uma menina, cara de sapeca, brincalhona. Sentaram num bar-café, o Fred se apresentou e foi logo avisando que não estava ali para brincadeiras, queria mesmo uma experiência diferente de todas que já havia sentido em sua vida. A jovem diz o seu nome (Suzana) e que ele não se arrependeria em tê-la escolhido.

No dia seguinte Fred e Suzana, combinam um novo encontro, fizeram um pacto em que ficariam juntos e morreriam juntos. A jovem segue para o apartamento de Fred, chegando lá, Frederico coloca uma venda nos olhos da moça, faz deitar-se na cama, prende seus pés e mãos, com um canivete faz pequenos cortes em seu abdome. A moça grita baixinho, parecendo sentir prazer no que estava acontecendo, não havia medo no seu respirar, isso o excitava cada vez mais, sugando cada gota de sangue provocada pelos cortes, foi beijando e fizeram ali, o sexo mais selvagem de todas suas vidas.

Suzana acorda cedo, vai à cozinha para providenciar o café, ao perceber a água fervendo, retira um tanto em uma caneca e derrama nas costas de Fred que ainda dormia, sem dar tempo que ele virasse ou falasse qualquer coisa, ela vai beijando a queimadura, aliviando a dor e mais uma sessão de sexo acontece.

Combinaram que naquele dia sairiam para conversar de suas vidas, de suas vontades e falar também um pouco da vida que viviam antes daquele encontro. Suzana conta que é filha de uma camponesa, sua mãe havia abandonado seu pai e fugido com um caminhoneiro antes mesmo dela nascer e que esse homem (seu padastro), a molestava desde quatro anos de idade, com o tempo ele fez sexo com ela e daí para frente, raro era o dia que sua mãe saia para o trabalho e seu padastro não fazia sexo com ela.

Frederico conta que tinha família, trabalho, mas que de uns tempos pra cá, observou nele, algumas vontades que jamais poderia vivê-las continuando naquela vida.

O tempo foi passando, Suzana se mostrava cada vez mais apaixonada, saiam passeavam pelos jardins e bosques dos parques, num desses passeios, Suzana depois de transar em cima de uma ponte, convida o Fred para que se joguem lá de cima cometendo assim, um suicídio duplo. Fred demonstra gostar da ideia, mas, diz para Suzana que eles eram pessoas especiais e se fossem morrer juntos, teriam de fazer de uma forma também especial, algo tipo um ritual que fizesse inveja ao próprio diabo.

Suzana fez que sim com a cabeça e, mais uma vez fazem sexo deixando que pessoas a distancia, vissem o que estavam fazendo. Sempre que tinha oportunidade, Suzana voltava a conversar sobre sua vontade de morrer junto dele. De tanto insistir Fred pergunta para Suzana se ela sabia alguma coisa sobre (Harakiri), ela sorriu e disse que não, então ele explica que era um ritual, onde guerreiros japoneses, de modo a repararem a honra, cortavam os próprios ventres, sangrando até a morte. Suzana ficou fascinada com o que Fred explicava principalmente a parte de reparar a honra.

Fred procura uma casa especializada em objetos Nipônicos, compra duas facas próprias para o “Harakiri” e leva para casa. Na noite do aniversário de Suzana, Fred prepara todo o apartamento, coloca um tapete no chão, algumas velas, óleos de purificação e escreve um poema para Suzana. Ao chegar a casa, os olhos de Suzana brilharam, tomaram banho, transaram, fizeram juras de amor eterno, untaram seus corpos com óleos da purificação, sentaram-se frente a frente, entre eles somente as facas.

Suzana olha para seu amante, segura a faca e passa ao redor do pescoço, seu sangue quente batia no rosto de Fred, que imediatamente segura a outra faca e rasga seu próprio ventre.

Ao caírem sobre o tapete, Fred ler para a jovem ainda agonizante, o poema que havia feito, ela agradece e diz: Ainda estou viva meu amor, você sabe bem o que deve fazer... Fred então, termina o ritual atravessando a faca no ventre de Suzana.

Quis o destino, que Fred não morresse, passou por cinco cirurgias no abdome num espaço de tempo de oito meses, depois fora julgado e condenado naquele país a prisão perpétua.


Infelizmente o texto se baseia numa história real, apenas os nomes e os lugares onde aconteceram os fatos foram modificados.

 
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PCoelho
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