Sinto crescer na cabeça
um monstro delirante
que me mastiga o cérebro
e me tira o sono, nalgumas noites.
Tenho a alma conspurcada
com pensamentos obscenos
e as entranhas intactas,
porque nunca senti o teu toque.
Corto o coração em pedaços pequenos
e disponho o Amor em camadas.
Das feridas abertas escorre lava e não sangue,
das minhas mãos brota o desespero,
enquanto das tuas nasce música, todos os dias.
Amo-te em silêncio e no escuro,
de encontro ao lençol gelado,
nos momentos breves em que não me vês
e que não me reconheces.
Corto o Amor em pedaços pequenos
e distribuo-o
Exponho o coração em camadas
e ofereço-to.