Coberto de plumas, tão brancas, como
branca se deixa ver a neve, ante nosso
olhar fascinado; corpo esbelto e sensual;
olhos vermelhos; azul o bico, com um
ponto amarelo, logo acima;
desenhando círculos graciosos, na água;
impulsionado por membranas, também
elas vermelhas; ritmos melodiosos, como
que nos presenteando, uma bela sinfonia;
vai no lago o cisne, sem uma parceira.
Embora só, de lavar-se não deixa, pena por
pena, que, com o longo bico, uma a uma,
se encarrega de alisar e de corrigir, urdindo
aquela cor branca e lisa, que faz dele, um
dos mais belos animais, a residir no parque.
Apenas lhe falta uma companheira, para com
ele, em ritmados movimentos, de cabeças e
de pescoços, darem principio, a uma graciosa
dança de acasalamento, que os juntará, para
sempre, como num postal romântico, à noite.
Jorge Humberto
03/02/09