Não quero mais ver o pedido
de clemência nos olhos
do pobre animal indefeso;
Tampouco o sorriso malicioso
no rosto do seu assassino
Quero presenciar a derrocada das touradas
Preciso tirar os pés
das poças barrentas e fétidas,
desses leitos infecundos...
Chega de assistir a morte dos rios,
Desejo navegar os olhos
em águas férteis como dantes
Quero as crianças inteiras,
sorrindo e correndo pelos campos
cobertos de vida
Não mais quero vê-las
chorando suas mutilações
Devolvam a pureza dos campos
Sangrem novamente suas entranhas,
mas retirem as minas malditas
Expulsem o espírito da morte,
que vaga pelos inúmeros escombros,
Levem-no com a lembrança dos aflitos
Tragam os órfãos à presença do amor
E calem de vez as explosões.
Juarez Florintino Dias Filho