Descalça por sobre a relva, pote na
cabeça, mãos à cintura,
caminhar gracioso, todas as manhãs,
rumas directo à fonte, de suas águas
cristalinas, e ali ficas, por momentos,
escutando, o som da natureza e o
galanteio dos rapazes,
enfeitiçados pela tua singela beleza.
Como que, envergonhada, a meio,
a tantas palavras, dirigidas à tua pessoa,
apercebeste do súbito fluxo do sangue,
indo instalar-se rapidamente,
no teu rosto, feminino.
Não perdendo a compostura,
já com o pote, cheio de água, sem mostras
de qualquer esforço, leva-lo à cabeça, e,
encontrado o equilíbrio certo,
sem olhar para trás, um instante sequer,
de novo, mãos à cintura e de
pés descalços, por sobre o fresco da relva,
gradualmente caminhas, de volta à aldeia.
E chegada a noite, aberta a janela, de
teu quarto, apaixonadamente aguardas,
que de entre os arbustos,
surja a figura, de teu desejado poeta.
Jorge Humberto
30/01/09