Nas frestas da amargura
Encontro o meu desespero
Que tormenta
Esse mar de frustração.
O coração aperta contra o peito
E a morte vem de encontro
Ansiosa por me levar
Não tenho esperança de dias melhores
Não vejo a luz que outrora brilhava
Os sonhos se desvanecem a cada segundo
E a vontade de não existir
Incomoda o amor que acende em mim
Só o amor
Só por amor
Só pelo amor
É que não enlouqueço
É que não desapareço
É que teimo em lutar
Essa batalha infame
Essa batalha sem gloria
Se é que existe gloria humana
A dor de impotência
Abate meu corpo frágil
Como um leão abate sua presa
E me deparo com a solidão
Com a triste versão
De um canto sagrado
A paz que desejo
Já não mais vejo
E digo adeus
A utópica alegria
Que tanto busquei.
"Há poemas ininteligíveis nos seus elementos, porque só o poeta tem a chave que o explica; mas a explicação não é necessária para que pessoas dotadas de sensibilidade poética penetrem na intenção essencial dos versos"
Manuel Bandeira