Nas sinuosas curvas das virgens que valsam com os rostos mascarados,
Encravam-se os incisivos caninos nos doces pescoços inocentes!
E provando nos regaços os tépidos prazeres do sangue azul-adocicados,
Vão-se saboreando os gozos em meio às carícias mais ardentes!
Por debaixo das vestes, os voluptuosos seios como que arfam eriçados,
E as insaciáveis mãos vão passando próximas aos bicos, rentes,
Das aréolas mais rosadas que são os rijos cálices mais róseo-açoitados,
Vão-se os libertinos lábios sorvendo o sangue tão lascivamente...
No prazer das luxúrias embebedam-se os lábios em taças transbordadas,
Do vinho mais tinto sangue esvaído dos seios das Ambrosinas,
Que vai de uma boca à outra no deleite dessas devassidões insaciadas!
E vão-se os corpos em Veneza, no vai-e-vem de mais um lúbrico carnaval!
Assim, no estertor dos gemidos giram no salão as serpentinas,
Como as amaldiçoadas almas que se enroscam no meio de outro bacanal!
(® tanatus – 28/01/09)