Poemas : 

9.º de um ciclo ainda sem título

 
De smoking recebeste esta visita,
esta mão que se dá sem nada em troca
pedir, também não há mais nada, nada
resta para o comércio na morte,

ou, pelo menos, para o que está morto,
mas tu, meu caro Mário de Sá-
Carneiro, que encenaste e interpretaste
aquela que é a tua própria morte,

negoceia, revê toda a matéria,
perscruta cada olhar pela plateia
e na algibeira leva estas moedas

como helénicas dânacas que aguardam
o seu destino, a tua companhia
para a maior de todas as viagens.


Xavier Zarco
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Xavier_Zarco
 
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