Em cada teu silêncio, desnudei o meu lamento!
A fé desconjuntou-se como bruma desmesurada.
Hoje, é apenas recordação mal avistada,
Pela encostada janela do pensamento.
O peito absorto, reles aposento
Á chama do desejo pela afeição alteada,
Hoje, é apenas como pedra alheada
Sem vida, sem ânimo, nem alento.
Sempre foi negra a composição do meu fado!
A letra que lhe criei, desvendou um fim medonho,
Hoje, o seu triste canto, se me parece já, mais delicado…
Ainda assim, errante na ilusão sonho!
Talvez poder encontrar um amor ao meu agrado
Nas linhas de cada fado que não componho…
Paulo Alves