LUTO EM MINHA ALMA
(Lágrimas nas Sombras, Davys Sousa, Teresina-PI, 27 de Janeiro de 2009)
Ó Alma minha, aguardo de ti
Brandamente uma palavra
A tanger sem pudor
Meu infindo remorso póstumo
Mas me faltam palavras
A alma se enferruja, logo, cala-se
Envenenada pela dor em si.
Ó Alma minha, enfim, martirizada.
Para ti, o inverno chegou cedo...
Perdeu a avivente beleza o seu encanto!
Viver é mal quase perigoso!
Não consigo pensar em nada.
E meus olhos desfrutam dias sem cor.
A vida perdeu seu encanto e seu furor
Escrevo incontestavelmente minhas elegias
À minha Alma infortuna
E hei de escrever o seu epitáfio poético.
Ó Alma minha, aguardo de ti...
Um poema. Deixa-me o coração revelar,
Deixa-me os olhos enlutar
E as lágrimas que derramo, silentes e sombrias,
Serenas e consternadas de meus olhos pálidos
Lágrimas perdidas nas sombras
Vêm brotar dentro de mim...
E a Alma, enfim, adormece como num sonho
Como numa lembrança esquecida.
Davys Sousa
(Caine)