A chuva cai lá fora, estou a sós com a solidão!
Mas é o carpido da alma que mais me esfria…
No rosto, uma cascata intercala a melancolia,
Por falsos amores ruídos nas calhas da razão!
E porque te desfechei, os átrios do coração?
Não obtive ciência que seria tamanha a agonia!
Pecado, se soubesse!!! Nem acarretaria dor a tua ironia,
Nem me pesaria tanto o cimento da desilusão!
Ninguém tão cândido como eu!
Cair na cegueira de acreditar que teu amor seria só meu,
Se nunca houve de ti, vínculo ao sentimento...
Dizem que o tempo exala as lágrimas do olhar!
Como não creio, se sinto intemporal a melancolia, a cravejar
Em câmara lenta, os compassos do desalento!
Paulo Alves