Ao som de uma trepidante cascata,
envolvendo, toda a atmosfera,
em sua queda abrupta, apenas com
um pedaço de pano, cobrindo, nossas
partes mais íntimas, resolvemos,
enfrentar a força das águas, colocando-nos
debaixo da fúria líquida, que, a momentos,
nos fez desequilibrar, sobre o seu
próprio peso, incomensurável.
Agarrados, um ao outro, até acharmos o
ponto de equilíbrio, inocentes sorrisos, um
tanto atrapalhados, ecoavam, por todo
o vale. E, deixando-nos contagiar, pela
diversão, não conseguíamos parar de sorrir,
com a agravante, de bebermos água a rodos,
até nos engasgarmos e tossirmos, o que,
por momentos, nos fez perder a voz, e, de
seguida, deixar a cascata, para trás.
Com as nossas roupas, esburacadas, por
força, do ímpeto da água revolta, uma
atracção imediata, tomou conta, de nossos
apurados sentidos, e, um desejo, natural,
invadiu nossas mentes e corpos. Apenas o
teu cabelo, te cobria os seios, e eu, dei por
mim, dando largas à imaginação fértil,
que te contemplava, banhando-te, nas
águas verdes e tépidas, de um belo lago.
Podia-se ver, saindo das águas, do lago,
vaporosas ondas, indo em direcção ao céu,
cobrindo todo o ar, como se, de uma sauna,
estivéssemos a falar. Enquanto tu me
chamavas, para entrar, em tua companhia,
no que parecia um paraíso, inventado pela
natureza, para nosso conforto e bem-estar.
Assim acabei nadando, indo ao teu encontro,
roubando-te um beijo, pelos dois esperado.
Em perfeita harmonia, recostados e bem
deliciados, ao som de um pássaro, que, em
círculos, perscrutava o azul… adormecemos.
Jorge Humberto
25/01/09