Todo o amor é impalpável, como bruma
Encobre em si, corpulenta insegurança!
Nem a alma consciente da verdade descansa
Por entre dúvidas, acama como se fosse espuma.
Tantos são os temores que abraço, mas nenhuma
Causa avisto, para sentir como amiga a esperança!
Nenhum cinzel criva em áureo, alguma feliz lembrança.
Nem pincel que pinte em mim alegria alguma.
Oh! Ironia, toda a robustez que em mim exerce
Cair, levantar, e insistir quedar perto
Do que atente o amor como imprescindível.
Incrível o que a ilusão em mim tece
Sendo mais que simplesmente incompreensível
Devolve certezas até ao mais incerto.
Paulo Alves