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Da janela

 
Eles fitam do alto como olhos arrancados no livor de cadáveres eternos,
Dantescas torres de babel arranhando o céu silenciado e cinza do entardecer,
Colunas fanáticas verticais desaparecendo na altura de um sonho pavoroso do homem,
Portões de círculos infernais.

Degradação assume os tons diáfanos em cortinas inúteis
Dos amantes esbatidos copulando no derradeiro dia,
Por todos os luxos a média e classe restantes consomem desejos extravagantes,
Em parede massa de corpos que sangra no muro ridículo.

Febril segue no frio condicionado,
Comprimido na condução fervorosa dos abandonados,
Chega a casa cubículo invólucro pseudo requintado
Em conjunto semelhantes aspirações jogadas no limbo da descrença.

Gêmeos siameses quádruplos ouvem as crianças brincando no pátio,
Grades penetram fundo na lângue insegurança,
Ninguém sabe o que há do outro lado,vizinhos invisíveis transformam-se em passos vagos
No corredor aceso.

Fitando do alto as luzes do progresso contido,
Belo e rígido feito ereção cuspindo na cidade,
Observando do alto as insignificantes movimentações luminosas.

Colunas fantásticas verticais desaparecem finalmente na altura de uma realidade pavorosa de homem,
Despencando da última janela no muro sangra até morrer despedaçado.

 
Autor
RaimundoSturaro
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 25/01/2009 19:31  Atualizado: 01/03/2009 10:59
 Re: Da janela
Depois do espaço interior, é a janela a melhor fonte de inspiração.