Sou um menino travesso
Deixo tudo pelo avesso
Dobro as esquinas, a rua
Esses dias, peguei a lua
E com arte magistral
Enfiei num alfinete
E pendurei no varal.
Mas a gangorra do tempo
Fez a mamãe voltar
Ao seu tempo de criança
Vendo a lua balançar
E quando o vento tocava
A lua quase arrastava
Na grama do meu quintal
A mamãe não teve medo
De revelar o segredo
Da criança que há nela
E sem sequer ficar vermelha
Arrancou do varal a lua
E como uma jóia sua
Pendurou-a na orelha
Chove, pinga e escorregam
Gotas miúdas como orvalho frio
Escorrem, molham e regam
E correm em direção ao rio
Ao cheiro de terra molhada
A natureza exuberante responde:
Solo repleto de frutas e legumes
Carinhosamente gerados em seu colo
Quant