A tua ausência prega em mim tão louco tormento!
A dor revirou o único frenesi que me anseia!
Não é sangue o que se laureia de veia em veia
Mas peçonha de tristeza, que me desfaz o alento!
Onde estás? Aos céus brado em tépido lamento!
Não desvendo ponta de alegria que me recreia!
A felicidade passou a ser sonho numa mão cheia
Do nada que conquistei em cada parado momento!
Mas ainda insisto, em te evocar assim pura;
De olhos meigos, e suave respiro,
A altear os véus à hirta loucura.
Tua ausência, são espinhos onde me firo;
Mas minha fé ainda se move dentro da ternura,
Onde continua a ser por ti, cada vago suspiro…
Paulo Alves