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uma carta de amor...como outra qualquer

 
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uma carta de amor...como outra qualquer
 
uma carta de amor como outra qualquer











Às vezes não faz sentido o que sentimos…


mas falo-te do grande amor da minha vida ….que de bom tem o dobro que eu aqui relatei de mau.


Falo-te de ti …assim com esta crueza


Não salvei o que se calhar nunca tinha existido plenamente….. por isso mesmo nada poderia haver para salvar.


Não foi o amor…não salvei o que mais queria.


Não pensei em mim…quase nunca pensei em mim, eu não precisava de nada …eu só tinha que salvar não sei o quê….


Sabia o que fazia .. só não sabia o quanto tudo isto me poderia destruir.


Ao parecer tão ridículo só lhe podemos chamar amor.


Talvez lhe possamos chamar "amor" ….. gosto de acreditar que sim…


Aceitei tudo…em nome de não sei quê


Aceitei mentiras com igual consciência, deslealdade e traições de ânimo leve.


Aceitei manipulações, perfeitamente consciente que as estava a aceitar.


no fundo nesta coisa tão complexa….eu só quis dizer que te amava …e que sempre te amaria


Escrevia-te para te ir lembrando que existia, para te dizer o quanto já me tinhas feito feliz, e o quanto conseguiste destruir a minha felicidade…o quanto me tinhas feito feliz


Escrevi centenas de mensagens que não tinham resposta


assusta …porque dentro do meu peito nunca foi assim.


empedrou…


O meu peito calcinou


E que me tinha perdido a mim …neste sugar de sentimentos…nunca mais me levantaria do chão…


Achei que tinha perdido tudo …que te tinha perdido, não sabendo se alguma vez te tinha tido.


A frustração de não ter conseguido…foi enorme e destrutiva para mim.


contigo será sempre impossível.


impossível ser de outra maneira ….


Acho que sim que me amas-te…por momentos…em muitos momentos me amas-te, não seguidos nem constantes, sem continuidade …
se calhar não como te amei a ti...
mas os amores não se medem
não se nada
só se sentem...


Andei contigo numa montanha russa sem paragens….e quantas vezes os teus olhos, lindos como só eles, te traíam…. E eu fingia não ver , porque me confortava a mentira.


acreditar que não


Nem sei se reparavas nisso …queria e quero


o mais grave ,é que tinha sempre consciência disso.


Assustei-me muito… asssustei-me comigo..achei que estava incapaz de mim mesma. Eu, tinha acabado.


saltavam ...sem mãos para as aparar...


litros e litros água salgada que me saltavam dos olhos quase sem eu dar por isso…por tudo e por nada…


tendo o amor como causa.


Durante tanto tempo tentei não me afundar totalmente, andei muito tempo sem bóia a ir ao fundo…a vir cá cima respirar e a mergulhar outra vez sem medo


pena de nós….muita….já não quero ter.


pena de mim...pena de ti


Acho que algumas vezes tive pena ..


mas decidi.


Fiquei triste, e nesse dia resolvi que não queria ficar mais triste, como se fosse possível…


E, nos teus olhos, quando os vi, estampava-se o desamor por tudo.


e recebeste-me á porta …á porta da casa... da "nossa" casa



À minha terceira tentativa….abriste



Como já tinhas feito tantas vezes no passado.


para te defenderes nem sei de quê, talvez de ti próprio…mais uma vez só pensaste em ti.... só em ti...


simplesmente não abriste...


Não abriste a porta...


Depois de ter acompanhado estes pico que nem me apetece lembrar ,nunca pensei que a reacção fosse só de desprezo por tudo…por mim …por ti …por tudo


Manipuladoras sem olhar a nada.


depois de tentar entender todas essas reacções ,que nos picos de euforia ,são canalhas ,execráveis ,desumanas ,cínicas, egoístas e hipócritas.


Depois de tudo


um dia qualquer voltasses a dizer que me amavas


Não quero lembrar as horas, os dias ,as noites que passei a pedir nem sei a quem …aos deuses ás bruxas aos anjos….a tudo o que pudesse ser, para que, um dia...



tu ,como um enorme balde gelado …não abriste …


mesmo sabendo…mesmo ouvindo as súplicas ...



eu tinha vontade de o arrancar …


não querias falar comigo mesmo sabendo que o meu coração rebentava e ardia …


Toquei-te á porta..não me respondeste


... se ainda lá estavas…se continuavas a afogar-te em desespero...


Passei os últimos tempos a pensar no que fazias no que pensavas


que não se pode explicar a quem não sente assim, que ninguém percebe, porque também não é necessário que alguém perceba.


tudo sentimento...


porque afinal o que é isso de merecer ..ou não merecer...??!!


acho que sempre o soube, e eu sempre arrumei esse saber para os confins do sótão….


Sabia que não me merecias,disséste-o tantas vezes...
... e eu pensando porque não te podia merecer...


se não olhasse com os teus olhos …se não respirasse o teu mesmo ar



Durante anos, e durante os últimos meses , pensei que não conseguiria viver se não segurasse a tua mão


E não querias ser quem não sabes....


Nem tu sabias que, eras...


Tentei encontrar razões …que não existem…nem tu sabias o porquê de nada


Com indiferença ….. eu não existia. Nunca te tinha visto tratar assim ninguém.


Deixaste de me atender…deixaste de comunicar …deixaste-me da pior forma possível.


Envolto numa penumbra de" loucura "num olhar que não te era igual..


Imperceptível….horrendo e quase desumano.


Incoerência pura!


Disseste que já não me amavas…não me querias …não sabias precisar no tempo….


meses á espera duma espécie milagre...


vivi contigo anos, á espera de te compreender


embora saiba que devo ser a pessoa que o poderia fazer melhor


Ainda hoje não posso compreende


--- aquelas "gavetinhas" que não podemos arrumar ---


Só não podia entrar dentro de ti e" arrumar " tudo…


Mas com uma vontade imensa de fazer muito mais.


já na primavera tinha consciência de que mais nada podia fazer.


Saí daquela casa depois do último inverno.


cambaleante...adormecias atordoado




É sempre o caminho mais fácil aquele que mais apela ao acto imediato.


na tua doce fraqueza …desististe


O reconhecer tudo o que se passava, e tantas vezes não havia razão... deve ser um processo difícil , assustador e confuso


Engano… (???)



Nessa altura eu pensei que tudo melhoraria…por tudo.. e apesar de tudo.


E assim se passaram meses. Meses em que vivi para te segurar, em que caminhei com força, para não te deixar cair.


Eu achava que te tinha que aquecer...


Eu tentava encontrar calor para aquecer tudo, eu achava que tinha que aquecer tudo.


estavas gelado.


não posso saber, nunca pensei que fosse tão doloroso…eu não sabia nada …mas sentia que parecias perto dum final qualquer… naqueles meses de frio…


Não sei exactamente o teu sofrimento ...


Eu sorria, limpava-te o turbilhão de lágrimas que te corriam pela cara e me molhavam as mãos.


Em mim procuravas um rastilho para seguir …senti isso quase todos os dias no último inverno.


Dizias-me isso, nessa altura, com sinceridade. Toldado pela tua infelicidade tão própria.


E não estavas a saber lidar com isso mesmo.


dizendo que não tinhas mais ninguém no mundo, que estavas sozinho que sempre toda a vida te sentis-te sozinho. E que era eu a única alegria que e ainda podias ter.


Lembro-me que agarravas,com força, ás minhas mãos


Mas sentia que compreendendo o que se passava, era mais fácil lidar com tudo isso.


em fazes baixas quase se mata de tanta inércia e de tanto desacreditar.


Não é fácil, lidar com alguém ,que


Recordo esses dias…e lembro-me de ter feito de tudo o que humanamente se pode fazer.


se calhar... já não estás…


agora...


Afundado em ti próprio, numa espécie de "loucura"que um dia…,estiveste disposto a aceitar …


suplicantes…uns olhos que não chegavam para dizerem tudo o que sofrias…


doentios ,baços


com os olhos vermelhos de choro e desespero


Tinhas passado ali todo o dia ,inerte


Encontrava-te ,a ti , invariavelmente deitado na cama ,o quarto escuro.


antes de abrir a porta …sabes?
...porque eu sabia o que ía encontrar.


Por vezes congelava .. tantas vezes..


Aceitei o teu amor...quando o me querias dar...












 
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teresamaria
 
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