Meu olhar,
Vai-se me na estrada, entorpecido!
E na minha solidão
Contempla a morte, o solstício!
De mais um verão...
Das árvores!
As folhas caem sem vida,
E respingam no solo!
Vão-se me as lágrimas vertidas,
Espalhadas pelo chão...
O vento sopra gelado,
Transformando toda uma estação,
Num tempo triste...
Tempo de morte!...De dissolução!
São muitos!...E mais!...E tantos,
Os espíritos amargos,
Que se curvam, assim, tão calados,
À minha solidão...
E todas as coisas
Parecem ficar como que submissas!
E como réquiem,
Recitam uma silenciosa uma missa...
Vão expiando os pecados,
Das neves, que rápidas virão,
Cobrir os brancos ossos expostos,
Do defunto verão...
(® tanatus – 04/06/94)
* Poema baseado na leitura do romance “A Caldeira do Diabo”, de Grace Metalious.