Imperatriz sonâmbula,
Que deambulas pela noite,
Mostrando as vestes negras,
Espalhando a tua melancolia.
O teu canto fúnebre
Faz palpitar os corações
Dos demais mortais
Que a tua ira temem.
Imperatriz sonâmbula,
No nevoeiro derramas o sangue,
Daqueles que a tua beleza de renderam,
E em demência permaneceram.
Jogas com a vida
Como quem desafia a triste morte.
Teu reino é povoado de queixumes,
De dor, que só tu podes causar,
Imperatriz sonâmbula,
Em ruínas transformaste a tua alma,
Pela sede do poder absoluto,
Hoje, és mera aparição fantasmagórica.
Ainda te ouvem soluçar penosamente,
Todo o sangue que sozinha bebeste,
Oh imperatriz sonâmbula,
Teu corpo hoje é estatua adormecida,
De um pesadelo ainda não terminado.