Certo dia um pobre camponês
Encontrou ali na vizinha floresta
Um ninho, feito de urze e giesta
Uma ave escolheu entre as três
Águia, filhote de ave altiva
No galinheiro a colocou
Com galinhas a misturou
À águia nascida sem alma cativa
Um dia chegou um naturalista
Que disse não ser aquilo uma galinha
Era uma águia, que peninha (!),
Disse em jeito de especialista
-uma galinha, é o que é
Que assim foi educada
Liberdade não lhe é dada.
Que a quero aqui ao pé.
-É uma águia que busca liberdade
Quer Abrir as asas lá no alto
Sobrevoando o vasto planalto,
Não a sua comida por caridade
-veja se ela voa - diz o lavrador
-Ao tempo que está presa
Não consegue com certeza.
Remata assim o agricultor
Não desiste o naturalista
De dar à ave a liberdade
Que anseia com naturalidade
E assim se faz alpinista
Foi com a águia monte acima
Com ganas de liberdade lhe dar
Enfim, feliz, fazê-la voar
É assim que do céu se aproxima
Abriu-lhe as asas lá no alto
Num grande voo se levantou
E a águia feliz abençoou
A liberdade em todo o planalto