Poemas : 

Ver-me Através Desses Olhos

 
Rodeio-me do odor trémulo de quem receia,
Sombras que se confundem no luar...
Fantasmas a lembrar outro tempo.
Enfeito-me de cores,
De frutas maduras e tantos sabores,
Da vida que se ausenta no vento...
Desertos de oásis em pleno mar,
Relógios que param a cada hora e meia.

Salgo-te os olhos na partida,
Lembranças que a morte nos leva
Nestes caminhos ávidos de tortura.
Toco-te em leve pensamento,
Recuso esta vida, por aquele momento,
O teu abraço sonhado com ternura,
Parca silhueta que se eleva
Na velha esperança desaparecida.

Percorro-te as mãos sem sentir,
Loucuras enfeitadas de eufemismos,
Passos que dou na minha direcção.
Provo-te a calma,
Suicido-me com a escrita sem alma,
Arranco e molesto o infeliz coração...
Ser velhaco cercado de pragmatismos,
Erro fatal... olhar em ti e vir.

Desleixo-me neste mundo de preconceito,
Veredas que passo só... perdido!
Seco as gotas da chuva,
Olho-me orgulhosamente para dentro,
Sinto-me rei... o centro,
O vinho de Baco que sai da uva,
Sátiro, louco e ofendido,
Sou como sou, como te aceito.


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/05/2007 16:42  Atualizado: 03/05/2007 16:42
 Re: Ver-me Através Desses Olhos
ÉS SEM DÚVIDA ALGUMA, UM GRANDE POETA. TEUS OLHOS DISSERAM-ME ISSO.PARABÉNS! LEDALGE


Enviado por Tópico
MariaSousa
Publicado: 03/05/2007 20:58  Atualizado: 03/05/2007 20:58
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Usuário desde: 03/03/2007
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Mensagens: 4047
 Re: Ver-me Através Desses Olhos
"Suuicido-me com a escrita sem alma"

Escrever sem alma deve ser mesmo caso de "suuicidio"

Falando sério, gostei muito do poema. Este está mais objectivo e menos disperso na "ideia do poema".

BJs