Na adulação da alma
a mais verve intriga
fere e sangra o silêncio
pela plenitude do sentir,
enquanto no meio do instante
a fé resiste como pode, agressiva
às profecias da mentira
que as auroras trazem enroladas
nos dedos da ilusão,
desabando inteiras e febris
na vida dos mais distraídos.
No imo das raivas profundas
os receios pecam alucinados, vorazes
todos os aromas que o asco veste
e em tamanhos lugares sós,
o sono dos hirtos, dos ausentes
afaga o sangue dos olhos
e janta qualquer sonho magoado
pelo cismar de um tempo anónimo...
- ainda assim, seremos sempre
o que de nós fizermos, até ao fim!