Este rosto move-se no escuro com o semblante pesado, vagamente aliviado, de quem tomou uma decisão que não queria, mas tinha que tomar, este rosto caminha numa rua apagada entre os armazéns, aqui não se vêem luzes a iluminar passos esquecidos, luz só a das estrelas, mas estas iluminam apenas quem caminha no céu, junto a elas, e poucos são os homens ou as mulheres que querem subir tão alto, não que não possam, todos vieram delas, todos podem a elas voltar. Não é não poder, é não querer. Esta mulher não é excepção, tem o brilho das estrelas no olhar, mas não é por estar perto delas ou entre elas deambular, tem-no apenas porque de quando em vez, nos dias em que o chão a faz chorar de raiva, ergue os olhos para o alto e pensa como seria poder lá andar.
Não precisas de responder às tuas questões. Precisas é de questionar as tuas respostas.