olhas o matiz do cinzento que... de dentro de ti
se transporta para o céu grisalho
confortavelmente não te queres sentir
não sentes a luz de outros céus
e nessa beleza matizada
hipnotizante da nostalgia que mora em ti
essa que não saí de ti...
funde-se com este olhar o céu
confortavelmente não te queres sentir
confortavelmente desconfortado
imaginas-te
com raios de luz
e
contemplas o conforto incolor dentro e fora de ti
confundem-se
confundes te com o grisalho anilado do céu
respirando toda a sua mensagem
continuando assim...
só em ti... te confundes sempre
confortavelmente
perdido em recantos cinzentos
que teimosamente não queres colorir
olhando o céu alimentas o teu nada sentir
anulas o teu querer
confortavelmente olhas
sem esforço de ver
sem nada dizer
sem querer mais ser ouvido
daí de dentro te isolas com essa nostalgia que alimentas de paisagens grisalhas
céus imensos que te conduzem e te ditam
o que confortavelmente te alimenta
um dia ...quando mudar o céu
um dia qualquer...
inconfortavelmente dormirás
para acordares novamente inconfortavelmente
nessa maneira
que um dia escolheste como tua
essa maneira que confortavelmente não partilhas
inconfortavelmente
te confortas sem som
te confortas na beleza do grisalho do céu
teresa/janeiro 2009