Vivendo neste castelo,
Sozinho e abandonado
O meu coração nunca vai crescer
Estando sempre condenado
A murchar como uma Rosa
Mas permite-me ter mais compaixão
Que algum dia poderei imaginar
Pois na breve ausência do meu sorriso,
Procuro encontrar o teu
Se busco na minha falta de alegria,
Aumentar a que preenche o teu ser
Roubando-te tudo quanto posso,
E nesta realidade nada me podes dar
Desejo preencher o teu vazio,
Com tudo o que tenho
E anseio que a minha solidão,
Coexista com o teu estar só
Permitindo-me voar entre os espinhos,
Esperando que estejas entre eles
E no silêncio das minhas palavras,
Procuro encontrar um caminho até ti
Esgueiro-me por entre as partículas de ar,
Para me sentir mais perto do teu ser.
E através de noites intermináveis,
De pesadelos tormentosos,
Deixo que os Anjos te levem,
Vendo que os teus singelos lábios
Podem esconder sonhos e segredos,
Mas os teus olhos libertam-se deles
Sinto que na tua ausência,
Os meus segredos e desejos
São selados na escuridão da noite
Mas na tua presença
Esgueiram-se até ao brilho tua luz.
E esses Demónios podem provocar-te
Mas não os deixes entrar
As “coisas” podem tentar-te,
Mas nenhuma deve prevalecer,
Pois os anjos são como fantasmas,
Tão delicados e frágeis
Somente eles te podem levar
Até à fonte do teu pecado,
Só eles te podem trazer até mim.
E é por eles que em memórias
Fico aqui pedindo por mais,
Só mais um toque, só mais um beijo,
Para que possas ser
O Anjo mais uma vez.
Pois eu, sou a criatura,
Que rasteja na tua pele,
Não sou outro senão,
Esta besta que me vem de dentro
Arranhando cada vez mais fundo no pecado,
E irei sempre arrastar-te até aqui
Numa triste desculpa do mundo onde sonho,
Mas sabendo como um coração anseia.
Onde estás meu belo Anjo do Pecado?
Volta a este monstro que me habita o interior.
um sorriso sonhador
Blackbirds like small priests walked in the silent fields.
[ wilderaven @ lusopoemas ]
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