De que vivemos nós, se o amanha já não interessa?
De que vivemos nós, se o ontem, nos mentiu?
Induziu-nos com esperança, uma triste e tão dolorosa peça ...
Mesmo quando feliz, o presente agora e para sempre partiu...
Para que foram sonhados os ternos sorrisos
Se nenhum de nós jamais os conseguirá abraçar?
Vazio em nós de tantas que foram as geladas lágrimas desvairadas
Mesmo para quando a tenebrosa solidão se lembrasse
De fazer sofrer quem nos quis amar...
Recorda ainda, frio, meu enrugado coração,
Da ferida que solenemente, teima em não sarar...
Da sua grotesca e bizarra dimensão...
Que tende por todos esses males, a magoa aumentar...
Por isso, não suportemos mais este horrível fardo...
Pois... de que viveremos nós, se depois do amanha
O amanha já não interessar?
Se por alguma razão teus lábios, jamais poderei beijar?
E de que viveremos nós, se o ontem nos tiver mentido?
Se por alguma razão, as palavras “amo-te” e “fica comigo”
Nunca chegaram ao teu surdo ouvido?
Se a esperança realmente se for...
E então...
Mesmo quando felizes, no presente,
Agora e para sempre
Sem nada para deixar,
Ele partirá...
Outro não acabado, apenas um sentimento do momento!