Poderia implorar ou chorar
Poderia calar ou nem me importar
Decidir por não, quando tudo em mim grita SIM
Trombar com a vida ao seguir com ela.
São tantos poderes sem poder
São tantas certezas incertas
São tantas verdades mentidas
São tantas feridas escondidas...
Tornei-me um para ser dois quem sabe três
Multiplicar-me-ia, exponencialmente em sonhos e caminhos
Mas dividido, sou primo, deixo resto
torno-me meio. Sem meios de existir.
São tantas contas sem resultado
São tantas sonhos virando pesadelos
São tantas variáveis que me perco
São tantas formas que deformo...
No caminho a seguir, existem tantos
Eu posso construir, mas para que ou para quem?
Sou meio sem meios, força sem energia
Posso ser tudo, pois sou sempre fui o nada.
São tantas pontes desabando...
São tantas encruzilhadas sem visão...
São tantas pedras sem sapatos...
São tantos caminhos sem mapa...
Sem a luz do sol a lua não brilharia, é ciência.
Sem esperança no futuro não me moveria.
Por isso não imploro, só choro
Acato, decidido na indecisão me importando.
São tantas portas que não sei escolher...
São tantas escolhas que não sei saber...
São tantas sabedorias que não sabem nada...
São tantas coisas que deveriam ser nada.
Abri-me e não posso fechar
Mostro como fazer, mas não faço, por quê?
Tornei-me mestre, solitário, sorrindo com a força do seu aluno
Com suas tantas tentativas para virar o futuro
São tantas feridas escondidas...
São tantas formas que deformo...
São tantos caminhos sem mapa...
São tantas coisas que deveriam ser nada.
Deixei de ter tempo com tanto tempo
Perdi a força com tanta que adquiri martelando o futuro
As mãos calejadas não podem mais segurar mais o martelo
Sem tempo, com calos, recebo de volta marretadas do passado.
São tantos por quês
São tantos como
São tantos quem
São tantos inícios e fins.
Oh ego Laevus!
continuaria... mas meu corpo não aguenta...
eu quero, mas não posso mais...
sou vencido, sempre...