O POETA...
Passam rápidos os anos,
E como um louco,
Neles morro aos pouco,
na solidão total!
Já passam tantos janeiros!
Quem vem lá, insano cavaleiro?
Das trevas,
És a morte, afinal?
Se for, entra,
Abre a porta!
Não liga que está meio torta,
Apeia-te no umbral!
Deixa teu cavalo brioso,
Bucéfalo impetuoso,
Pastando,
Lá no fundo do quintal!
Senta nesse banco tosco!
Que minha casa,
É feita de argamassa,
Não é morada de boçal!
Não ficarei com mágoas,
Se não beberes da minha água,
Que não te é servida,
Em taça de cristal...
Mas, quem és tu,
Negro cavaleiro?
De corpo rijo, altaneiro,
Que me procura, afinal?
A MORTE!
Sou eu, a morte tão falada!
Aquela que ninguém quer! A desgraçada!
Vim buscar-te a alma!
Vou levar-te à morada sepulcral...
(® tanatus - 16/08/2008)