Sigo o vento, na busca desenfreada dum sítio para sossegar.
Sei que varro mãos, cheias, estendidas para mim...
Sei que bato portas, abertas para mim.
Sei que sujo entradas, varridas só para mim!
Sei que cego olhos, com a poeira que sobra dos meus andrajos...
Sigo no vento, o tormento é a busca, e o alento... a esperança de lá chegar...
Sozinha me perco, em espirais de colheita, em silvos vadios, em esquinas frias, ácidas, que me limam a sede de voltar...
e...
Sei que trago novas das flores de verde pinho!
Sei que seco lágrimas que alagaram dores, quando a enchente subiu...
Sei que arrasto aromas de trigos dançantes, às mãos de pedintes!
Sei que afago rugas, de leitos cavados nos afluentes da Morte!
Sigo no vento...
Sem sítio, nem rumo certo.
Sem cor, nem perfume próprio.
Sem saber do Tempo.
A saber a chuva...
e sal...
Teresa Teixeira