Acrósticos : 

Segredos de Lua

 
Desinibida sem desleixe, encantadora como a natureza te descreveu, és imagem de teu reflexo, entoação de silêncio de antigas pautas tocadas.

Na tua condição de mulher, interpretas o papel de menina, sincera, honesta e brilhantemente tímida e escondida. A 4 fases te descreves, todas elas completas, enraizadas em recordações futuras, descritas em longas linhas de poesia.

Foste musa com a tua timidez, despida aos olhos de corpos celestes, aquecidas por mantos de marés de estrelas, mesmo reconhecendo as manhas em que te afogas em madrugadas esquecidas.

Parei então para te tentar absorver, enquanto fazia tua minha vergonha, admirava te absurda de poder, deixavas assim de ser menina nas minhas memorias e desenhavas te rainha de perdidas encruzilhadas.

Nesta tua nobreza, coroada pela noite, aquecida por fogueiras de estrelas, via te reconhecida pois o mar vénias te fazia sempre que a areia cobria.

Da minha curiosidade, as tuas respostas de silêncio por si só me satisfaziam, enquanto em mim tua confiança procurava, e o tempo rapidamente decidiu enciumar-se e acelerava.

Atribui tua timidez à tua sinceridade, o teu gesto de mulher à tua essência de menina, os teus repartidos sonhos a pequenas regalias de fado, enquanto do teu coração não tiravas escondidas verdades passadas.

Adorei assim os segundos passados, absorvi te durante a tua maior amplitude, embaracei te quando directamente te olhava, e segurei me em margens pouco seguras, quando por ti alguma tristeza assolava.

Na tua abundância sucumbiu por momentos o teu sorriso crescente, quando no passado sem futuro de um reencontro deformado de eclipse, fugis te me da visão e por certo em poucos momentos de quarto minguante te vestis te.

Mas era a tua atracção gravitacional que me sustentava, enquanto navegante de curiosidade te embaraçava, enches te marés altas e revoltas, e cobris te assim minha imaginação em curtas-metragens de histórias mal contadas.

Por certo reluzente quero voltar a encontrar-te, na tua companhia emaranhar me, por que da noite ofereces o teu clarão, não fosses tu agora uma futura recordação, não fosses tu lua discernente e pequeno encontro de razão.

 
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arocha
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