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Os Cigarros, Irene, Os Cigarros...

 
Sou eu, na tosse seca!...No vil escarro!
Nos alvéolos necrosados, ó Irene,
Vou assim à “bituca” de tantos cigarros,
Amortalhando teu corpo doente!

Sou eu e tanto e mais o vil cigarro,
Que na morte fere teu peito, lá no fundo!
Em roucos gemidos sou o pigarro,
Que irrompe do teu sono mais profundo!

É tanta fumaça, que no quarto flutua!
Um!...Dois!...Três!...Quatro cigarros!
Irene os fuma assim com desenvoltura
E cospe no assoalho o vil escarro!

E muito sufoco teu finado beijo!
Das mãos, vou-te ao pulmão, num trago!
Da vida, sou teu último desejo,
Que se esvai na “bituca” de um cigarro!

(® tanatus - 14/01/2009)
 
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Enviado por Tópico
Maria Verde
Publicado: 14/01/2009 23:11  Atualizado: 14/01/2009 23:11
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 Re: Os Cigarros, Irene! Os Cigarros...
Nossa!
belíssima construção poética.
a degradação de uma vida em metáfora com o cigarro.


Maria verde