Poemas -> Tristeza : 

Sonhos, Navios e Tempestades...

 
Aprisionado no rio, flutua um sonho no ar!
E lá, onde tudo é solidão,
Desliza meu navio, assim, devagar...

Segue pelas sinuosas curvas do Amazonas,
E impelido por força da maré
Navega a deriva por cima das ondas!

Fenece à tarde, num sereno pôr-do-sol,
E num melancólico raio de luz,
Brilha, - já distante -, um farol...

Segue - ó mortiça luz -, um sonho perene!
Ilumina na escuridão, meu navio,
Que sobe, e desce assim, lentamente...

Não fustiga - ó tempestades -, meu sonho assim!
Não vê que foi condenado a vagar
Sem inicio!...Nem meio!...Nem fim...

Açoita-me a solidão a carga, e tanto e mais, a alma!
E grita uma voz no meio da tempestade!
Sou eu aqui!...Não vês?...Sou eu!...O teu fantasma!

(tanatus - 15/07/08)

 
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tanatus
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