Não sei se vivo!...Ou se sou um fantasma,
Voejando nas flébeis cerdas de um pincel doentio!
É tanta a saudade que me fere a alma
Como também fere à daquela que desta vida partiu!
Bem vivo e passo a vida no ócio de um morto!
E enclausurado, dentro dum quarto vazio,
Vagueio cabisbaixo de um lado para o outro,
Arrastando paletas num patíbulo sombrio!
É assim que passo a vida!...Assim!...Num pintar tão infeliz,
Passo a passo, acorrentado à cadeira!
Do que fui, na minha solidão vou te pintando a vida inteira!
Da tela!...Na mandíbula de um crânio, ainda me sorris!
O que me vai à alma, pouco me importa,
Se nas pinceladas que te dou, toda natureza é morta!
(® tanatus – 19/12/08)