Hoje revi o vôo do poeta
E que pena meus amigos
Que nossas vidas não são feitas
Apenas de poesias de amor...
Mas de separações
Recheadas muitas vezes de dor...
Onde estão vocês agora...
Ou talvez a essência
Avassaladora de nossa união...
Do que se fez a memória
De nossas noitadas...
Dos sorrisos e conversas fiadas
Jogadas ao tempo...
Como se o tempo não as levasse embora...
Foram nomes
Foram versos
Versos e poesias
Que iluminaram nossas festas...
E o carnaval dos que não foram
Não vai mais...
E a sopa da misericórdia,
E macarronada dos famintos,
E o maturi de todos nós...
Não serão mais de ninguém...
O que nos resta...
Pipito, Tatá, Marquim, Marlu, Marlon e Arimim...
O que nos resta de tudo o que se foi...
De nossas vidas tão reais...
Da poesia que foi escrita por nossas mãos...
Das músicas que tocaram nossas almas...
Da força que alavancou os nossos sonhos...
Nada é ilusão...
Toda perda
É só saudade
E de mim
A frase perdida
Que doei a todos nós...
O amor que de mim restou...
"Há poemas ininteligíveis nos seus elementos, porque só o poeta tem a chave que o explica; mas a explicação não é necessária para que pessoas dotadas de sensibilidade poética penetrem na intenção essencial dos versos"
Manuel Bandeira