Em todos os meus sonhos, aparecias divina,
Altiva te mostravas ternamente para mim,
Como se fosses a única flor que enfim
Pudesse florir num jardim em ruína.
Pende em meu peito toda esta louca ternura.
E não posso entender como é que, por fim,
Te fui amar tanto assim!...
Arrebatou-se-me as hastes espontadas da loucura...
Outrora perdi-me em ti sem abrolhos,
Hoje, baços, nem sequer espelham os meus olhos
Tristes pelo eterno amor a ti!...
Outrora emancipei-me em tua calma,
Hoje, carpida, encarcerada permanece a alma!
Em todo o amor que afincadamente te consenti...
Paulo Alves