Amanhecendo, com aquela brancura
típica, após cada nevão,
logo as crianças aproveitaram, para
jogarem bolas de neve, uns aos outros,
num riso tão contagiante como sua
própria inocência, de quem vê, pela
primeira vez, nevar perto de suas casas.
Enquanto isso, os mais graúdos,
não se podendo dar a esses pequenos
luxos, puseram mãos ao trabalho,
retirando de seus carros, o gelo, onde
se havia formado, uma capa intensa,
de alva brancura, gelando-lhes as mãos,
no contacto com esta.
A manhã, por assim dizer, estava para
gente, de sangue quente, pois, que,
juntando-se ao frio, um vento arrepiante,
subindo-lhes, pelas costas acima,
em momento algum, sossego lhes trazia,
e, mexer na água fria, nesta altura,
era tudo, o que de bem dispensavam.
Entretanto, e, enquanto a manhã, ia
avançando, dando lugar, a que o sol,
pudesse finalmente despontar no céu,
o tempo foi-se tornando mais ameno
e suportável, e, aos poucos e poucos,
as pessoas foram saindo, de seus lares,
para conviverem e beber o seu café.
Claro, que, a palavra de ordem, era a
neve, que fazia muitos anos, não
caia, em determinadas cidades, por
isso as conversas, entre os mais velhos,
faziam-se de recordações, quando,
em seus tempos, era natural nevar, nos
invernos mais rigorosos.
Confesso, que, mesmo em casa, gelei,
pena essa foi, que, a neve, não tenha
chegado até aqui, possibilitando-me
a concretização, de uma poema, pois
tudo se baseou em imagens e nesta
fértil imaginação, que me acompanha,
não sei ainda se para castigo ou glória.
Jorge Humberto
10/01/09