poeta brasileiro da geração do mimeógrafo pertence a diversas entidades culturais do brasil e do exterior estudioso de história é autor de centenas de artigos e ensaios sobre temas culturais literários e históricos
soneto
paulo monteiro
jamais serei poeta apenas sou
um simples operário que procura
de si por seus irmãos compor as dores
e o pranto e o desespero e a vil tortura
a fome o frio a angústia que ficou
da mais-valia faca afiada e dura
que atulha o bolso e o cofre dos senhores
nossa necessidade que perdura
assim não peço a chave de ouro fino
nem o modelo clássico de atenas
ou roma nada disso eu peço vê-de
e não direis um dia haver destino
pouco desejo que é bastante apenas
um copo d’água com que mate a sede
(do livro inédito eu resisti também cantando)